Não sei se esta história vai sobreviver muito tempo no sistema do Expresso, mas trás-me à memória o meu primeiro contacto com um injustiçado do sistema económico português.
Tomo contacto com a história por volta de 1982, pouce tempo depois do PREC.
O meu primeiro patrão era um industrial de instalção de grandes equipamentos hoteleiros, tipo lavadaria, máquinas de dobrar lençóis (sim, é uma máquina. Queriam que fosse à mão?), etc. Contava ele que só havia duas fábricas no mundo ocidental de tais avantesmas. A europeia faliu, e este senhor propõe ao Estado Português a compra da massa falida e sua transladação para Portugal, para instalação e reactivação.
Depois de muito engonhar, mas engonhar mesmo bem engonhado, o responsável ( o equiparado ao Dr. Cadilhe da altura ), desinteressasse do negócio com a seguinte frase lapidar ( porque na verdade pôs uma lápide no assunto ): “E se os estrangeiros depois não compram!?”
O país ( e a sua industria turística) ficaram a perder o que se imagina ( seria a única fábrica na Europa e estávamos à beira de entrar na CEE).
Incidentalmente os negócios que essa pessoa teve de desenvolver para sobreviver enquanto a resposta governamental não vinha, deram bom resultado.