Apontamentos sobre mim

A

Recentemente apresentei um icebreaker no meu clube Toastmasters baseado no resultado num exercício de heteroscopia(?) realizado no curso de formação de formadores.

Nele expressei, conforme pedido, os valores importantes para mim, apresentado alguns signos e símbolos que pudessem ser parte dum hipotético brasão pessoal.

No Icebreaker aproveitei para ilustrar cada um dos símbolos e lemas usados no brasão, alguns deles extensivamente. Aqui fica o resultado do exercício, com os slide usados no Clube.

Ecce Homo

Tenho um problema com misoginia das religiões organizadas em geral. e com a misoginia da Igreja Católica Apostólica Romana em particular, a qual nem é das piores, mas onde as raízes são profundas (tradição Paulina).

Porquê?

Este problema com a misoginia advém do facto de apenas ter um descendente, e ser do sexo feminino. A misoginia é um atentado à sua liberdade de desenvolvimento e limitador das oportunidades que estão disponíveis para ela (e para todas as mulheres). Confesso humildemente que, fosse a minha descendência masculina, provavelmente nunca teria ligado tanto a este preconceito.

Qual o problema?

Em tempos estudei e discuti o assunto profundamente, acabando sempre defendendo o axioma fundamental de que o a masculinidade de Jesus nunca foi relevante para a sua divindade. Isso é expressamente afirmado em dois teoremas: Quando o evangelista podia dizer “O Verbo se fez Homem”, ao invés diz “O Verbo se fez Carne”.; quando podia dizer “Ecce Vir”, ao invés diz, “Ecce Homo” (lat.) / “idou ha anthröpos” (gr.)

Quod Scripsi, Scripsi

A exegese desta afirmação de Pôncio Pilatos é demasiado profunda para discorrer aqui sobre ela. O raciocínio é extenso, necessita da leitura atenta da obra de Flávio Josefo. Este versículo é tanto a keystone como a capstone (imagine uma banda de moebius) do meu secularismo militante e musculado.

Informática

Um amigo pediu-me para o ajudar a soldar um computador que tinha comprado em kit, um ZX 80. Com isso ganhei acesso ao computador de vez em quando… nasceu a minha carreira em informática.
Porque sabia soldar? Um interesse incipiente em Radio Amadorismo.

Ciências da Informação

Arte aborígene em Arnhem Land’s Mount Borradaile

Entre as pinturas rupestres com 40.000 anos que encontramos em cavernas e rochas remotas, assinadas com as sombras das mãos do nossos antepassados, e os dois discos de ouro enviados a bordo da Voyager‘s (assinados colectivamente por todos nós) há um fio condutor continuo do desejo de passar informação à geração seguinte. Esse fio expressou-se em muitos materiais e tecnologias.

Algumas expressões notáveis, pelo menos para mim, desse fio:

  • Disco de Festos, o primeiro exemplo de uso de caracteres móveis, em barro cozido, escrito em pictograma/ideograma (2º milénio a.c.)
  • Epopeia de Gilgamesh (o original de Noé), cuneiforme sobre barro cozido, ca. 700 a.c.
  • Evangelho de Tomé, parte da biblioteca de Nag Hamadi, codex de pariro, ca. 200 a.d.
  • Bula Papal Manifestis Probatum dando a Afonso Henriques o direito de reinar sobre as terras que conquistasse aos muçulmanos (“É patente e manifesto [quem manda aí é você.]…”). Escrita em pele de vaca curtida.
  • Codex Sinaiticus ca 300 a.d. (pele de ovelha e de cabra, 3 copistas) e Bíblia de Gutemberg 1445 a.d. (papel e caracteres móveis em chumbo). 1000 anos separam estas duas manifestações da mesma obra, cada uma delas com uma história interessantíssima.

Tudo isto para dizer que o importante sempre foi, e é, a Informação, não o suporte. Nunca foi o suporte. Nem as bibliotecas, nem a sociedade, devem temer o desaparecimento do livro em papel. De outras coisas sim, mas do livro não. Enquanto um número suficiente de pessoas, em cada geração, ler “100 anos de solidão”, ou “Guerra e Paz”, seja em que suporte for… a mensagem continua… Seja como for cada geração refaz o imaginário colectivo para as gerações seguintes.

Afinal nunca aprendi a cuidar dos suportes no meu curso (e sim, esta paixão levou-me a tirar curso superior de Ciências da Informação). Isso é ensinado na Licenciatura em Conservação-Restauro na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.

Obviamente isto faz com que este texto de Jorge Luís Borges seja muito significante para mim:

Dos diversos instrumentos do homem, o mais assombroso é, indubitavelmente, o livro. Os outros são extensões do seu corpo. O microscópio e o telescópio são extensões da vista; o telefone é o prolongamento da voz; seguem-se o arado e a espada, extensões do seu braço. Mas o livro é outra coisa: o livro é uma extensão da memória e da imaginação.

Ensino e Pedagogia

Grandes quantidades de informação geram os mesmos fenómenos, repetidamente. Escavações recentes em Alexandria, revelaram a existência do que parecem ser os auditórios daquilo a que hoje chamaríamos de universidade, referidos num escrito da antiguidade. Bibliotecas e Universidades sempre se alimentaram mutuamente.

Rodas dos expostos

Os países onde vivi

Portugal, Holanda e Alemanha.

… e o meu Brasão

Por 85

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