Inquietação número Cinco.Um

I

Dos 3 eixos reconhecidos para refletir sobre o Paradoxo de Fermi, sou pessoalmente adepto, depois de examinar a evidência obtida até ao Verão de 2020, da conclusão:

Estamos sós.

Cadeia de causalidade primária:

  • Vida é comum e ocorre cedo.
    Nota: O Universo deve estar cheio de bactérias e outros “constructs” monocelulares, até mesmo modelos mais complexos/avançadas de vírus.
  • A vida multicelcular é, pelo menos, muito rara.
  • A inteligência é possível
    Pode até ser comum comum: na Terra há pelo menos mais 5 espécies inteligentes, 4 delas com linguagem.
    A raridade não pod ser medida sem aceitação científica (e moral) da afirmação acima.
  • A evolução de tecnologia enfrenta constrangimentos conhecidos (fogo não arde na água) e desconhecidos
  • A expansão extraplanetária enfrenta constrangimentos inultrapassávies: velocidade de escape numa super-terra + velocidade de escape em órbitas/periodos muito curtos.

Outros postulados que perfilho:

É, quanto a mim, quase certo que a vida Eucariota seja um fenómeno puramente local à Terra. O que fará com que todas as outras formas de vida complexas no universo nos sejam completamente estranhas, eventualmente até irreconhecíveis. Humanos? Isso nem se fala!!!

As condições para a vida baseada no Carbono usando a água como diluente são comuns no Universo. Para não falar da igual capacidade de sucesso das químicas alternativas (sem carbono) ou das químicas baseadas noutros solventes que não a água (amónia => Titã).

O debate entre panspermia ou a abiogénese é inútil.
Quando encontrarmos a primeira molécula organica em Marte poderemos examinar o seu grau de parentesco com a vida terrena.

Não é importante qual a origem da vida na Terra. Ela existe.

Se a vida Marciana tiver uma origem completamente diferente então saberemos que toda a vida que encontraremos será muito diferente da nossa. Mas também saberemos que, se pode aparecer de duas formas diferentes em dois sítios, muito provavelmente aparece sempre, num modelo diferente, em todo o lado e sob todos os tipos de condições.

A panspermia pode mesmo assim ocorrer, mesmo que apenas: ocasionalmente. A quiralidade dos 20 aminoácidos usados por toda a Vida na Terra pode ser reflexo disso. O facto de esta quiralidade ser encontrada em exclusivo em meteoritos parece indicar ou uma regra universal ou uma origem comum.

A transição Prokariota−Eukariota: é um acaso feliz.
Durante um fugaz milhão de anos, uma espécie de bactéria achou abrigo dentro de uma archea (poeticamente chamamos-lhe Asgard) .
Ou a Bactéria infectou a Archea, ou a Archea comeu a Bactéria… não interesessa. A endo-simbiose foi proveitosa, aumentando a energia disponível para o simbiota, pelo menos 100 vezes… tanto que hoje a Archea é conhecida como célula, e a bactéria é conhecida com mitochondria. Nasceu assin a vida Eucariota.

Passados ums largos milhoes de anos, um novo fenomeno de endosimbiose ocorreu que foi tão proveitoso que sobreviveu aé hoje: uma outra bactéria, chamamos-lhe agora cianobactéria, dotada de cloroplastos, colonizou uma população de células eukariotas, já com nucleo e reprodução por meiosis: esta bactéria usava fazia foto-sintese em vez de quimiositese… ao resultado chamamos hoje: reino vegetal e algas.

Isto aconteceu uma unica vez em 4 Giga anos.
A vida complexa não teria sido possível sem este milagre (Se Deus existe este é um dos dois eventos em que esteve envolvido (o outro é a explosão Cambriana)) .
Algumas das caracteristicas dos Eukariotas, como o nucleo da célula ou a replicação sexual (DNA mix em vez de osmose) são obviamente benéficas… mas nunca se repetiram. Os olhos, evoluíram, onze vezes diferentes (e isso contando só as espécies vivas neste momento).

A seguir a esta transição, houve mais de 20 grandes saltos e acasos, de uma hipótese em 1.000.000, que levaram à Lucy*.

Um dos grandes gargalos foi a extinção dos dinossauros: um asteroide 10% mais pequenos e tinham sobrevivido dinossauros suficientes para não estarmos aqui. um asteroide 10% maior e não teriam sobrevivido os mamíferos de que descendemos. Haveria aqui qualquer coisa, mas não seria parecido connosco.

A partir da Lucy, o primata Homo Sapiens é talvez inevitável, apesar de todas as experiências intermédias [false starts] (algumas que deixaram rasto no nosso ADN, outras que não). Mas Neil Armstrong / Yuri Gagarin não foram nunca uma inevitabilidade. Albert Eisntein sim.

Inteligência e tecnologia é coisa rara.

Pessoalmente acho que partilhamos o planeta com mais cinco espécies inteligentes: Elefantes, Golfinhos, Baleias, duas variantes de Cefalópodes e uma de Corvideos.
Alguns dos Hominidae estão, claramente no dealbar da idade da pedra… mas dado que partilhamos mais de 99% do DNA, não os considero à parte .
Da mesma maneira que a neurologia dos cefalópodes está no limite do nosso entendimento… é bem possível que não consigamos reconhecer a inteligência de outros “companheiros de casa”, como as abelhas.

As vantagens do H. Sapiens? Talvez o Polegar Oponível, talvez o acesso ao fogo, talvez a capacidade de focar os olhos no infinito e ver as estrelas (que outras espécies são capazes de star gazzing)?

Outra das nossas sortes é estarmos num planeta com velocidade de escape superável por combustível sólido. Mas o tamanho da terra é pouco comum, em termos de telúricos.

Em resumo :

Quase tudo aquilo a que chamamos vida (concretamente vida animal) é uma especificidade deste planeta!
Até a simetria bilateral presente em quase todos os genus da vida animal é um acaso terrestre e contingente. Já antes da explosão cambriana a natureza tinha experimentado com simetria trilateral… e o design não vingou. As condições que fizeram a simetria trilateral falhar aqui, podem ter sido diferentes noutro lado… e tudo ser aí diferente. Os ET’s antropomorfos são o primeiro sinal de que a cultura “UFO” é uma patranha.

Stargazing e spacefaring ? Possivelmente 1 por galáxia de cada vez, se não apenas a cada milhão de anos em lados opostos da galáxia.
Alternativa: 1 em cada dez galáxias ao mesmo tempo.

Conclusão da conclusão : estamos sós. Para todos os efeitos práticos estamos sós e podemos agir como se fôssemos a primeira experiência bem sucedida de o Universo reflectir sobre si próprio.

Por 85

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